quinta-feira, 21 de junho de 2012

A VOZ DOS CONCURSADOS



Nós Policiais Civis da ativa que sentimos na pele todos os dias o tamanho da carência do nosso efetivo e o absurdo aumento nos índices de violência e criminalidade, apoiamos 100% os concursados e clamamos ao senhor Governador Cid Gomes que se sensibilize com a situação de caos atual da instituição, determinando que a questão que está impedindo o prosseguimento do concurso seja brevemente solucionada.

Como dito no texto, Segurança Pública se faz também pensando no elemento humano. Não adianta investimentos milionários em material, se não tivermos efetivo para dar conta da demanda e nem se o policial não tiver o devido reconhecimento da importância da sua atividade.

Lembramos ainda da situação de mais de CEM ESCRIVÃES remanescentes do último concurso. Pessoas aptas ao trabalho e que se nomeadas ajudariam enormemente a diminuir as filas de espera que encontramos em todas as delegacias do Estado, bem como auxiliariam no acompanhamento dos milhares de Inquéritos Policiais atualmente parados por não terem quem possa dar seguimento aos mesmos.

Que esse texto chegue ao conhecimento de quem possa ter o poder de sanar o problema e possibilitar o prosseguimento do concurso, para isso pedimos aos companheiros que divulguem e compartilhem entre os seus contatos.

MOVIMENTO VAMOS MUDAR A POLÍCIA

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Carta do Candidato X.

Sou um candidato do Concurso para Inspetor de Polícia, da Polícia Civil do CE.

Passei dentro das vagas para primeira turma, eram 740 vagas, o edital do concurso dizia que a primeira turma contaria com os 740 primeiros candidatos e a segunda poderia contar com mais 740 candidatos dependendo da oportunidade e conveniência da administração.

Quando o resultado do concurso saiu foram convocados os primeiros 740 candidatos, e marcado início do curso preparatório para formar os novos policiais em 14 de maio. Dia 02/05 saiu uma segunda chamada para primeira turma pois haviam 79 vagas ociosas devido a não matrícula de alunos. Na data de 25/05 houve uma terceira chamada para suprir apenas 18 vagas ociosas, que não foram matriculados na segunda chamada, mesmo com o documento da segunda chamada sendo claro ao dizer em seu item 2.7.2 que seriam chamados mais candidatos para suprir vagas ociosas APENAS se estas chamadas não atrasassem o início do curso de formação profissional. Ainda tivemos uma quarta chamada para apenas três candidatos e já fomos informados pela própria AESP que haverá uma quinta chamada por mais um candidato antes do início do curso.

A grande preocupação minha e mais tantos outros candidatos é: Qual seria o real motivo de tanta demora para essas chamadas? Porque entre uma chamada e outra tanto tempo dispendido? Porque não recebemos informações confiáveis da própria AESP no que diz respeito a datas?

O governo diz que quer nomear os candidatos aprovados ainda esse ano, mas será que quer mesmo? Quando se quer chamar candidatos de concursos vemos alegações de urgência, vemos que céu e inferno são movidos e as datas acabam sendo respeitadas e até adiantadas. Mas misteriosamente todos ainda esperamos a homologação de nossas matrículas e o chamamento para o curso de formação.

Esse ano vimos várias notícias de delegacias sendo entregues a população do Ceará, mas me pergunto o que a população fará com essas delegacias? Será que o povo vai esperar que esses prédios por si só possam proteger verdadeiramente as pessoas? Será que as paredes, mesas, computadores, farão as investigações para solucionar os crimes e diminuir os alarmantes índices de criminalidade, que hoje são uma realidade em todo país?

Sobre essas novas delegacias inauguradas podemos citar a Delegacia de Policia Civil de Penaforte (investimento de R$ 109.531,97), Aracoiaba (R$ 79.735,43), Chorozinho, Jucás, Pindoretama, Saboeiro, Uruoca, Chaval, Bela Cruz, Assaré (investidos R$ 831.893,21). Outras três foram: Amontada, Itarema e Trairi(entre obras, aparelhamento e viaturas, os investimentos nas delegacias de totalizam R$ 3.092.622,26). Ainda a promessa de interiorização com construção de 50 novas delegacias.

Mas apesar de todo esse investimento Delegacias fechadas não são novidades, pois já em janeiro a imprensa noticiava que no Ceará haviam 30 delegacias prontas, equipadas, mobiliadas e fechadas a dois anos. Em cada uma dessas delegacias haviam sido investidos de R$ 600 mil até R$ 1,2 milhão de reais, umas até mesmo foram instaladas em terrenos alugados, onde o estado pagava aluguel a meses e a delegacia estava fechada (fonte:http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/01/28/no-ceara-30-delegacias-estao-prontas-equipadas-mobiliadas-e-fechadas-ha-dois-anos.htm).

E porque essas delegacias não funcionavam? Falta de pessoal! Parece que se pode investir milhões em prédios, que angariam votos, mas em recursos humanos com aumento de efetivo, qualificação do pessoal, incentivos financeiros a qualificação, melhorias salariais, não se investe.  Na matéria acima citada o Sindicato afirma que o Ceará conta com 1.800 policiais civis, quando deveria contar com mais de 5.000. E ainda, segundo a corporação, cerca de 80 dos 184 municípios do Estado não contavam com policiais civis.

Não é uma conta difícil de fazer, se 80 municípios de 184 não possuem policiais civis isso represente 43,5 % do Estado. E se o Ceará conta com 1.800 policiais civis e deveria ter mais de 5.000 a carência é maior que 3.200 policiais! Agora com o governo pretendia resolver esse problema com um concurso para 740 vagas? Parece que não pretendia, queria apenas empurrar para debaixo do tapete!

Quem sofre com isso? Sofre a população em primeiro lugar, pessoas que ficam sem segurança, que sofrem com violência, que tem medo todos os dias quando vão e voltam de seus trabalhos e seu ambiente de estudo. Sofre aquele trabalhador, e aquela trabalhadora, que precisam fazer uma faculdade noturna e que vivem com medo da violência ao retornar para suas residências. Sofrem os policiais civis que trabalham sobrecarregados, que não podem dar conta de atender a toda população e acabam tendo a difícil missão de escolher a quem atender, que crimes investir recursos. Sofrem os candidatos ao concurso parado, aqueles que, como eu, já saíram de seus empregos, tem contas para pagar, sonham em formar uma polícia cidadã e cada vez mais comprometida com o bem estar social.

Esperamos – população, concursandos e policiais – que o poder público se sensibilize com nossa causa, que trabalhe, tão bem quanto trabalhou para construir delegacias, para efetivamente coloca-las em uso, chamando o quanto antes os futuros policiais para o curso de formação, nomeando sem demora esses candidatos, discutindo de forma lúcida os atuais problemas da Polícia Civil do Ceará, melhorias salariais, pagamento de direitos constitucionalmente protegidos, para assim podermos, todos juntos, modificar essa conjuntura nacional de falta de segurança, para sonhar com um Ceará seguro e sempre mais feliz! 

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