quarta-feira, 4 de julho de 2012

REFLEXÕES SOBRE A AUDIÊNCIA PÚBLICA



               Nesta terça-feira (03/07), tivemos oportunidade de assistir à “Audiência Pública- Atual Situação da Polícia Civil do Ceará”. Mais uma vez gostaríamos de compartilhar as nossas impressões com os colegas que não puderam, ou não quiseram participar, e para quem mais possa interessar. Desta vez, como foi uma reunião ao vivo transmitida via TV Assembléia, poderemos continuar o debate nessa rede social sem causarmos tantos transtornos.

              Antes de qualquer coisa, gostaríamos de registrar a falta do Sr. Coronel Francisco Bezerra, Secretário de Segurança. Até poderíamos entender que ele, por ser um militar, não teria muito o que falar sobre Polícia Civil, mas, como secretário teria que saber tudo o que está acontecendo na Polícia Civil e essa seria uma excelente oportunidade para ele finalmente estar "tête-à-tête" com os policiais civis. Por fazermos parte de sua pasta, deveria estar sim presente ao evento, no mínimo para prestigiar aquele encontro que era tão importante para a categoria. Da mesma forma estiveram ausentes o líder do governo na Assembleia Legislativa e demais representantes do Senhor Governador.

              O destaque da reunião ficou com o Delegado Quintino Farias, que estava representando a cúpula da Delegacia Geral. Mostrou-se cortês e sensível com a causa da nossa categoria e, principalmente, com os anseios dos candidatos aprovados no último concurso para Inspetores, que foram maioria absoluta dos presentes, tranquilizando a todos sobre a possível convocação da totalidade dos aprovados (1480). 

             Discutir assunto de polícia parece que não agrada muito aos Srs. Delegados de Polícia, haja vista que não havia nenhum deles presente naquela casa do povo. O Delegado Cavalcante estava ali como deputado e o Sr. Quintino Farias como membro da administração da Polícia Civil. Será que os delegados não se fizeram presentes por acharem que não são policiais civis ? ou sonharam que nós estávamos ali apenas para mostrar nossos contracheques e chorar miséria ? Acordem Srs. Delegados, os tempos são outros, nós não somos um bando de “analfabrutos”, somos mentes pensantes. Estávamos todos ali por uma causa nobre: contribuir para salvarmos nossa instituição da “falência”.

            Aqui abrimos um “parêntese” e lembramos a esses senhores: quando o Sr. Roberto Monteiro, o então Secretário de Segurança Pública, sentenciou a falência da Polícia Civil do Estado do Ceará, ele não colocou a culpa em Escrivães e Inspetores, o recado foi direto para os senhores, a quem acusou ainda de não saberem fazer seu maior ofício, o inquérito policial. Até hoje não o desmentiram. 

             Quanto à audiência em si, pareceu mais um show de auditório, com hora para começar e hora para acabar. Algumas figuras ilustres fizeram-se presentes na mesa somente por esse motivo. Discursaram com frases de efeito para logo em seguida retirarem-se com as devidas desculpas de praxe, claro. Mas em nada contribuíram para que de fato houvesse um debate franco e direto.

             Não houve um debate propriamente dito, pois não tivemos confronto de idéias ou grandes polêmicas. O encontro transcorreu sem maiores novidades, ou seja, nenhum fato novo foi colocado pela administração ou pela diretoria do Sinpoci. Foram feitas apenas intervenções ponderando-se sobre a necessidade de se corrigir distorções salariais, aumentar o efetivo e a dificuldade de se ter uma polícia eficiente nessa atual conjuntura. No entanto, acreditamos que valeu, pois serviu para levarmos nossas queixas e esperanças ao Legislativo. Ao final, o Deputado Cavalcante comprometeu-se de levar nossos anseios e reivindicações ao plenário da casa em seus pronunciamentos e encaminhar documento ao palácio do Senhor Governador.

          Temos que fazer um pacto de comprometimento na luta por melhorias na nossa instituição, pois só assim conseguiremos o tão sonhado reconhecimento. Por isso, alertamos aos colegas que mais uma vez a categoria deixou de se fazer presente em grande número como se esperava. Lembramos a todos que não podemos deixar tudo não mão só dos nossos representantes no Sinpoci, que devem aproveitar para refletir o porquê desse descompasso entre a categoria e o sindicato.           

             
MOVIMENTO VAMOS MUDAR A POLÍCIA

3 comentários:

  1. Belo comentário, muito bem elaborado.Espero que esse seja o início de uma, que não seja mais uma, forma de nos fazer ouvir.Toda jornada nasce de um desejo, toda conquista começa com o primeiro passo. Parabéns a todos os colegas que compareceram à assembléia para essa audiência.

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  2. Senhores(as) colegas policiais civis, não dá para "representar" uma categoria de mais de 1500 servidores com apenas 20, 30 colegas insatisfeitos... Somos um pouco mais de 1000 inspetores congregados com mais de 500 escrivães!!! É inadmissível que numa AUDIÊNCIA PÚBLICA, televisionada para todo o Estado do Ceará, que tratou exclusivamente das mazelas da POLÍCIA CIVIL do Ceará (péssimas condições de trabalho, nosso ínfimo subsídio, "VENDA", por parte dos senhores Delegados, do nosso lugar de destaque no tripé da Segurança Pública do Estado do Ceará, etc.)nossa representação foi salva por aposentados, concursados que ainda ingressarão na Instituição e uns 20 colegas abnegados! Independente do grau de insatisfação com nossa diretoria sindical (incluo-me nessa situação), ali estávamos defendendo algo que ainda acreditamos ser possível: o soerguimento de nossa Instituição! Devemos, sinceramente, exercitar nossa reflexão crítica do quanto estamos dispostos a participar EFETIVAMENTE de tal feito. Lembrem-se, senhores(as) policiais civis, essa realidade tão almejada só poderá se concretizar com o engajamento da maioria absoluta da nossa categoria. SOMAR FORÇAS PARA MULTIPLICAR ESFORÇOS!!!

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  3. Concordo com seu comentário Mário, estive lá e pude ver, se não tivessem vários concursados do concurso de inspetor e alguns de escrivão, o auditório ia ficar vazio.

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